terça-feira, 22 de março de 2011

CHUP CHUP: R$ 0,40

CARRO LIMPO: NÃO TEM PREÇO

É doutor. E dos bons. Cismou de ser médico, estudou e até conseguir não desistiu. Já saiu da formatura arrumando a mala pra assumir um emprego no interior de SP. Poderoso o rapaz.
Biel comprou seu primeiro carro - tudo novo, inclusive a marca no Brasil. Um Cherry pretinho, completo, um sonho. Rumou pra Itambacuri tirando uma onda danada, e até esqueceu que olho gordo é uma merda.
Voltou pra Cachoeira Paulista feliz da vida, parou na padaria pra comprar pão e se refrescar com um chup chup. Chegou em casa - a casa fica numa ladeira - desceu do carro e foi abrir a garagem, só que pra não sujar a alavanca do freio com a mão melada não puxou. Pensou que o carro, além de chique e bonito, ainda devia ser inteligente. Não era. Enquanto abria o portão o sonho de Biel desceu a ladeira e só parou quando uma árvore entrou na frente.
Arregaçou o bonitão sem dó nem piedade. Bateu, se fodeu, mas continuou limpinho.
E sonho não tem preço...

sábado, 19 de março de 2011

EU, DIMAIOR E A COLCHA


Adiei o quanto pude voltar aos escritos no blog. Andava com o coração apertado, sossegado, preguiçoso, e só gosto de partilhar o que tenho vontade, sem obrigação nem cobrança.
Agora deu. Tô de volta.
Troquei de computador - o meu não digitava o tê, nem o ypsilone, nem os acentos, e ficava uma coisa esquisita ler e ficar deduzindo, então achei melhor dar o tempo pra voltar animada.
Meu ano começou meio atrapalhado, mas bom. Tava ansiosa pra fazer 50 anos, com inveja de quase todas as minhas amigas que passaram desta idade e ficaram ainda mais bacanas. Fiz - sem a sonhada comemoração, mas fiz. E penso que também fiquei mais bacana, que nem elas.
Artur ia fazer 18 e, pra mim, o rito da passagem dele pra maioridade era mais importante que qualquer outra coisa. Comemoramos do jeito que escolheu, com uns poucos amigos, durante o dia, pra que saísse à noite inaugurando seu documento de "Dimaior". Adoro ver ele e os amigos usando as expressões "dimaior" e "dimenor" - tem um que já fez 21 anos e o apelido continua sendo Dimenor. Engraçado, eu acho.
Muita coisa mudou desde o aniversário dele. Vi minha vida passando como num filme, me apeguei à lembrança de meus meninos todos pequenos, do nascimento de Tuti, de meu medo de não vê-lo adulto. Neura de mãe, mas era de verdade. Fiquei felizona por ele e por mim, assistindo ao tal filme e gostando do que vi.
A partir daí me senti mais livre pra algumas decisões, adiadas e adiadas e adiadas... Tem sido uma boa experiência ter todos os filhos adultos.
Ganhei de presente de natal uma colcha de retalhos, feita pelas mulheres da Noiva do Cordeiro. Recebi bem depois de dezembro, porque ainda não tinha ficado pronta. Foi encomendada por meu amigo oculto e muitas se encarregaram de fazer uma peça que fosse a minha cara - alegre, colorida, grande, florida. Ficou linda demais na minha cama. Ainda me pego emocionada quando entro no quarto e dou de cara com aquela cama enorme com tantas cores e boas energias, que as mãos de todas elas colocaram ali.
A colcha representa minha vida, que venho costurando cuidadosamente ao longo de meus 50 bem vividos anos.