terça-feira, 30 de julho de 2013

domingo, 28 de julho de 2013

Gambá, trevas, consciência...

Quem estava lá sabe do que falo. Findi tudibom em Casabranca, com direito a prendas, casamento na roça e comidas deliciosas. Simples assim.
Cruzeirences de plantão, São Chiquinho ganhado com forçação de barra, bolsa da vaca amarela - que só quem é de minha terra sabe o que é - e vamo que vamo, deixando casa no rôço pronta pra receber novos visitantes.
Em BH vizinhança ganha canjica e caldo de mandioca.
Alguém na festa indica tratamento "trevas" para cabelos grisalhos. O dito cujo é contrário às tradicionais luzes, que dão uma clareada bacana. No caso das trevas, uma escurecida -  orientação da competente professora Maria José, que achou pouco ser tão tão em aquarela, deu de saber também das pinturas cabeludísticas.
Eu e meu Walmir aconchegados ouvindo os gambás no forro do telhado, passeando enquanto tentávamos dormir. Nada sério, só uma meio-agonia dos sujeitos caírem sobre nossas cabeças.
E assim caminha a humanidade: em passos de gambá e com consciência tranquila, dormindo...

quinta-feira, 30 de maio de 2013

RAUL E SUA HERANÇA

Fui lá. Esquisita demais sua ausência.
Como ausência se você estava em cada canto? No quadro da sala; nas taças de vinho vermelhas que Letícia vai brindar com seu Cau; nas cinzas que sobraram de seu corpo físico; na prancheta bagunçada; na jarra que foi de sua mãe; na escada, no bar empoeirado, no São Chiquinho que vai a leilão, no frigobar desligado, no terraço cheio de folhas trazidas pelo vento...
Cacete! Você estava e não estava lá, meu amigo do peito! Que saudade doida e doída.
Oswaldinho tentava me convencer de que era - eu sabia que aquela não era mais a sua casa.
Não tinha sua alegria, seus causos, seus desatinos, nossos abraços p'rás fotos - sempre tão apertados e iguais. Não tinha o que me era familiar, nem as comidas do Supernosso que você mentia que tinha passado uma semana preparando pra esperar as visitas.
Walmir, Silvério, Adélia, Ana, Lucinha, Mariluce, Rogerinho, Rausch, ninguém lá, só eu - e deu uma solidão danada.
Tem um bando de meninos atentados, como falamos em Itambacuri - que deram de ser chamados de menores infratores - que vão herdar alguns objetos que ficaram: tv, microondas, cama...vão aprender com o além o que é arte bacana. Sua responsa, fi...
Tem gente nova chegando por aí, amigos seus e meus. Cuida deles, viu? Conto com você pra recebê-los, em especial minha amiga Andréa. Tá precisando de alegria a moça.
Uma dica: aplica cachaça da boa nela. Não teve muitas emoções por estas bandas de cá.
Façam umas festas no céu e não me chamem, please. Tenho muito o que comemorar ainda aqui neste mundão terra.
Ah, fui ver Roberto Carlos. Ele acha que é "o cara", mas bons mesmo são meu Walmir e você.
Você não vai voltar, eu não vou mais lá.
Amor
Cândida

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SINAIS, CHÁS, REZAS

Eu estava lá na hora da confusão, comprando vela pro aniversário mais que especial que vou comemorar nos próximos dias. A galeria do Ouvidor virou um caos, gente correndo de um lado pra outro sem entender o que acontecia. Fiquei quieta, sentada na escadinha que dava pro estoque da lanchonete especializada em empadas.
Aposto que de hoje em diante sempre que comer uma empada vou, inconscientemente, ouvir tiros. Como não gosto de coisas ruins, decidi parar de comer empadas. Assunto encerrado. Ponto.
Enquanto esperava a polícia liberar a saída da galeria, em meio àquele conversê todo, fiquei me lembrando d'umas pessoas que acham  que tudo o que acontece na vida é sinal. Nem sinal de quê sabem, mas afirmam que é. Se eu fosse pensar assim hoje ia desistir da festa, mas que nada - se foi sinal foi dos bons, porque saí inteirinha como entrei e com uma vela muito da linda na bolsa.
A maioria de minhas amigas acredita piamente que um carro buzinar é sinal, não buzinar também é; trupicar na calçada esburacada é, saltar o buraco também; receber uma mensagem no celular em que a soma dos números dá 8 é sinal - se der qualquer outro número de 1 a 100 também é...
Ontem ouvi de uma delas uma estória show de bola: recebeu um sinal de uma barata. Acordou com o inseto nojento passeando sobre ela e desesperou.
Bebi não, gente, é isto mesmo, uma barata veio sinalizar algo, que ela entendeu ser abrir a bíblia e ler um versículo em plena madrugada. Se a filha não estivesse presente pra confirmar o ocorrido eu ia oferecer a ela um comprimidinho tarja-preta que tava dando sopa, mas como o "causo" era verdade fiquei constrangida de sugerir que as duas estavam dando defeito. Ofereci uma cerveja - muitas cervejas.
Mesmo depois de um engradado inteiro vazio mantiveram a fé na barata sinaleira. Sei que tem um tal chá de trombetinha que nos anos 60 o povo tomava e via disco voador, paredes de abrindo, bicho conversando a língua dos homens, árvores se abraçando - meu marido é um entendedor dos anos 60 e me conta essas coisas, mas barata mandar ler bíblia nem ele nunca ouviu contar.
Fazer o quê, né? Os tempos mudam, os sinais mudam, os chás mudam...
Qual é mesmo o nome daquele que você tomou, amiga???