quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

SINAIS, CHÁS, REZAS

Eu estava lá na hora da confusão, comprando vela pro aniversário mais que especial que vou comemorar nos próximos dias. A galeria do Ouvidor virou um caos, gente correndo de um lado pra outro sem entender o que acontecia. Fiquei quieta, sentada na escadinha que dava pro estoque da lanchonete especializada em empadas.
Aposto que de hoje em diante sempre que comer uma empada vou, inconscientemente, ouvir tiros. Como não gosto de coisas ruins, decidi parar de comer empadas. Assunto encerrado. Ponto.
Enquanto esperava a polícia liberar a saída da galeria, em meio àquele conversê todo, fiquei me lembrando d'umas pessoas que acham  que tudo o que acontece na vida é sinal. Nem sinal de quê sabem, mas afirmam que é. Se eu fosse pensar assim hoje ia desistir da festa, mas que nada - se foi sinal foi dos bons, porque saí inteirinha como entrei e com uma vela muito da linda na bolsa.
A maioria de minhas amigas acredita piamente que um carro buzinar é sinal, não buzinar também é; trupicar na calçada esburacada é, saltar o buraco também; receber uma mensagem no celular em que a soma dos números dá 8 é sinal - se der qualquer outro número de 1 a 100 também é...
Ontem ouvi de uma delas uma estória show de bola: recebeu um sinal de uma barata. Acordou com o inseto nojento passeando sobre ela e desesperou.
Bebi não, gente, é isto mesmo, uma barata veio sinalizar algo, que ela entendeu ser abrir a bíblia e ler um versículo em plena madrugada. Se a filha não estivesse presente pra confirmar o ocorrido eu ia oferecer a ela um comprimidinho tarja-preta que tava dando sopa, mas como o "causo" era verdade fiquei constrangida de sugerir que as duas estavam dando defeito. Ofereci uma cerveja - muitas cervejas.
Mesmo depois de um engradado inteiro vazio mantiveram a fé na barata sinaleira. Sei que tem um tal chá de trombetinha que nos anos 60 o povo tomava e via disco voador, paredes de abrindo, bicho conversando a língua dos homens, árvores se abraçando - meu marido é um entendedor dos anos 60 e me conta essas coisas, mas barata mandar ler bíblia nem ele nunca ouviu contar.
Fazer o quê, né? Os tempos mudam, os sinais mudam, os chás mudam...
Qual é mesmo o nome daquele que você tomou, amiga???

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