segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

E QUE VENHA 2013...

Palavra-chave: Desapego
Propósito: Falar menos, escutar muito, escrever demais
Vontade: Encontrar mais os amigos
Promessa: Visitar muitas vezes minha mama em Itambacuri e minha filhota no Rio
Compromisso: Virar uma bicicletista juramentada

Quem disse que 2012 foi ruim? Tem ano ruim não, porque cada dia é um diferente em qualquer ano; tem tempo bom e tempo ruim, ah, isso tem.
Quando a gente tem sossego é bom, raiva é ruim, ter grana é bom, saúde é ótimo, alegria é impagável...
Muita coisa aconteceu - organizei a casa nova, cuidei e fui bem cuidada, fiz parceria nos jogos de baralho (eu e Leda apanhamos com louvor de nossos amados maridos), vi o sucesso da peça "Inimigo do Povo", me orgulhei de ver Joaquim Barbosa no Supremo, fiquei triste vendo tantos desastres naturais mundo afora- e outros nem tão naturais, trazidos pela violência entre as pessoas, fiquei toda besta com o sucesso profissional e pessoal de meus filhos, fiz em minha casa uma festa de Natal das mais alegres e rodeada de pessoas muito amadas - ganhei monte de presentes e curti todos eles, partilhei com meu Walmir a bênção de nossa vida juntos, dei colo pra quem 'tava frágil e busquei coragem em tudo ao redor, pra dar conta de superar as dores...
Tenho certeza de que 2013 será abençoado também, como todos os outros. Quero comemorar, proteger, cozinhar, tatuar, bordar, beijar, abraçar apertado, ver filmes e peças, rir, comer e beber com os amigos, me emocionar sempre.
Porteiras abertas. Que chegue o novo ano!!!

terça-feira, 10 de julho de 2012

PRÉ-CONCEITO É FODA!

Prestem atenção - não tô falando de preconceito besta, aquele que dá cadeia: chamar negão de negão, índio de vermelho, japonês de amarelo. Falo é daquele julgamento antecipado de não experimentar uma coisa e achar - ou ter certeza absoluta - de que ela é ruim.
Caí do cavalo nesta semana, de domingo até hoje 2 vezes, ou seja, 2 vezes em 3 dias é pra pessoa parar pra pensar, né não?
Domingo, fazendo comida boa pra meus amores, dei raiva dos programas idiotas da televisão aberta e fechada.
"Coloca um dvd bacana pra mim, Tuti!"
Colocou. Seu Jorge América Brasil. Comprei faz tempo, mas tentei assistir um dia e desanimei. Achei ruim na primeira música.
"Já que taí vou ver tudinho", pensei.
Ô gente, dá até vontade de chorar porque fiquei com ele tanto tempo enfeitando a estante e não assisti. É o trem marlindo do mundo. Uma alegria só. Quando vi as "minina" dele, duas pequetitas, cantando e fazendo uma homenagem à mãe Mariana, eu queria morder a peroba de raiva de mim por ter sido preconceituosa, intolerante, FDP de ter julgado um trabalho sem ter visto.
Alguma vez você já viu uma comida e pensou: "nusga, isto não é gostoso" sem ao menos provar? Aposto que sim.
Então...eu fiz a mesma coisa - Não vi e não gostei.
Agora (agora mesmo, meianoiteedozedodia11dejulhodedoismiledoze) a mesma coisa aconteceu.  Sempre tive uma implicância com Maytê Proença como atriz. No Saia Justa até gostava das opiniões dela, mas achava que devia ficar só ali, no programa, que pra outra coisa não era boa.
Aí vem o remake de Gabriela. Pelamordedeus, gente!!! Ela tá bacana como Dona Sinhazinha! Tá sim, podem conferir. Hoje deu inteiramente - e literalmente - pro dentista (nem sei o nome, mas afh...é bonito o sujeito), só que o romance não explícito era o mais sensual, mais que dava tesão, mais que eu torcia por ela. ..
Ó Maytê, você nasceu pra ser Sinhazinha e dar pro dentista. Vai aguentar aquele marido que só manda deitar "que vou lhe usar" mais não. Dá. Pronto. Falei.
Aí chega meu Walmir e conta uma novidade: tava ensaiando "O INIMIGO DO POVO" pra nova temporada e recebeu uma proposta decente de Rômulo Duque, que me inclui como camareira nas viagens da trupe (tinha que ter uma função pra poder ir 0800...). Êba! Vou sim, passar muita roupa, contar muitos causos, tirar muitas fotos, rir de doer o queixo, tomar cerveja bagarái...
Casa, comida e roupa lavada. Meu amor merece. E tem.
Pré-conceito besta o das feministas.
Salve (m) nossos homens!!!
Salve Jorge!!!


 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

BELO VALE FOREVER...

Meu Walmir nasceu lá e, desde que nos encontramos 13 anos atrás, tem sempre alguma coisa ou alguém especial que nos ruma pr'aquelas bandas. Desta vez foram amigos que nos convidaram pra matar um porco na roça. Seria um encontro da trupe do "Inimigo do Povo", mas foi muito mais que um encontro - dois dias pra ficarem na história.
Da chegada até a partida, nada era previsto com tanta bacanagem.
Ainda na cidade, onde nos encontramos, a cozinha de dona Carmem e Lourdinha tinha de um tudo - bolo, café com prosa, risadaiada, arroz doce, biscoito de polvilho, cerveja gelada, queijadinha sergipana feita por Duda, só delícias...
Nossos anfitriões deram de convidar um amigo extra, que não fazia parte do grupo, mas que sendo um sujeito legal merecia participar de nossa tchurma. Eu e Marísia fomos buscá-lo na entrada da cidade e, pra início de conversa, ele usava a camisa pelo avesso. Êpaêpaêpa! Como assim? Será que é uma moda que não conheço?
- Nos siga, gente boa!
- Belê...
Meu carro é preto, ele seguiu um carro vermelho.
Como assim, gente? Ele nos viu dentro do carro, arrancamos juntos, e o ômi sumiu do nada. Será que caiu no rio Paraopeba? Juro que pensei nessa possibilidade, depois da primeira impressão. Duda, espevitada que é, atenta a tudo, disse que ele tinha virado pra outra rua. Celular em punho, Marísia consegue cercá-lo no posto de gasolina.
- Esperaí, não saia do carro.
Rebocamos o tal esperto.
Mal chegou na casa tentou vender um revólver pros nossos maridos. Tudo isto em menos de 30 minutos, juro e tenho testemunhas. Rômulo resolveu levá-lo a uma comunidade próxima, onde pretende ele fazer um estudo psiquiátrico. Foram.
-Vambora pra casa de Aparecida e João matar o porco, gente!!! Última chamada de Marísia pra quem ficou.
Já dentro dos carros tivemos que abortar a partida - Peninha se descobriu infestado de carrapatos. Arrancou as meias em desespero e jogou fora, arrancou a camisa e a calça, correu pro banheiro, tomou banho e sapecou álcool e nada - a coceira não passava. Levantou a bermuda e duas respeitáveis senhoras casadas começaram a cata nas coxinhas do rapaz em plena avenida principal de Belo Vale. Enquanto isto Iremar sai correndo pro banho, porque também havia sido atacada pelos marditos.
O castigo aí não veio a cavalo não, veio foi nas telhas de 1700eseilá que roubaram na visita à cachoeira da Boa Esperança.
Mais de hora depois conseguimos partir.
- João! Ô João! Eles chegaram!!!
Foi assim, com Aparecida gritando toda alegre seu amado que fomos recebidos na Chácara dos Cordeiros. Mais café com biscoito e todas as atenções se voltam pro porco piado pra morrer. João tem a manha e o bicho morreu dignamente, sem um rosnado sequer. Sapeca o couro, abre, separa miúdos e carne - tudo regado a uma cachacinha da boa - vira tripas pra fazer linguiça, aferventa, enfim, uma alegria só a mexida do porco. O que não foi comido lá dividimos pra trazer, cada um pra sua casa.
Como o rim já era reservado pra mim (trauma de infância, se não comer o rim rejeito o porco inteiro) tratei de comer logo pra liberar o resto.
Tinha bingo depois da reza numa fazenda vizinha, e lá vai o bando todo amontoado na carroceria da caminhonete de Peninha. Arrematamos uns leilões (4 asinhas de frango com 1/2 copo de cachaça por 5 real - 1 latinha de cerveja kaiser por 3,50, mas era pra ajudar a igreja, então entramos no clima e valeu a pena), não ganhamos nenhum bingo, mas voltamos mais alegres - e chapados - do que fomos. Volta tranquila, com cantoria e um frio fodido, até que Eduarda senta na barriga de uma determinada pessoa que tinha tomado umas 8 latinhas de cerveja. A carroceria alagou de xixi, lógico. Quanto mais riso mais alagamento. Humilhação, vexame, gozação com a moça seguida por todos até o chuveiro. Me mata que não conto quem foi...
Amanhecemos rindo das lembranças da noite e a movimentação toda de domingo era na colheita de mexericas. Tava tudo "laranjadinho" segundo o proprietário João, com os pés carregados de frutas maduras. De novo trepamos  nos carros com sacos e baldes pra encher.
Que decepção! Chegamos lá e não tinha mais nada. O caminhão que iria carregar segunda tinha ido na sexta feira sem avisar, e nós crentes que tava tudo no pé.
Não seja por isto; voltamos pra almoçar e jogar mais bingo, desta vez só entre nós. Todo mundo ganhou, e era cada prenda bacana que só vendo. Claro que uns com inveja dos outros, porque sempre é assim, né? A gente cobiça o que não ganhou. Aline ganhou até ovo de codorna com Ki-suco de prenda. Eu sonhei com o pano de prato que Duda ganhou e garrou, não quis trocar nem dar nem vender. Agora me digam: cumé que uma criança pega afeição por um pano de prato? Deve estar fazendo enxoval e o pobre do pai ciumento nem sabe de nada... Ô dó!
Partida pra BH já com saudade e promessa de voltar pro casamento na roça dia 30. Carro carregado de mudas e limão e carnes do porco e prendas do bingo e fotos e, principalmente, muitas e alegres lembranças. Inté, pessoal!!!

sábado, 7 de abril de 2012

DOCES AFILHADOS

Hoje é Páscoa e são doces as lembranças de meus afilhados.
Oficialmente tenho 3 - Juliana (que já me fez dindavó com a pequena Beatriz), Matheus e Raquel. Dei de pensar no que significa ser madrinha de alguém - coisa de responsa.
Filho é continuidade.
Irmão é extensão.
Afilhado é confiança.
De dois deles fui escolhida pelas mães; de Quel a escolha foi dela mesma.
Tenho muito orgulho de todos e de cada um em especial, ainda que não seja uma dinda das mais presentes. Sei que também represento boa coisa na vida de todos eles, e que sabem que têm em mim um colo quentinho, parecido com colo de mãe - parecido porque colo de mãe não existe igual - mas que dá pra aconchegar sempre que precisarem.
Jú, Theu e Quequel - meu dia hoje é dedicado a vocês.
Muito amor. Sempre.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

INFERNO ASTRAL

Vamos combinar que inferno astral não é coisa de Deus, pois é? Parece que os 30 dias que antecedem o nosso aniversário são selecionados a dedo pra nos irritar.
Fazendo uma simples comparação, é como se fossem 30 dias corridos de TPM da braba.
Tudo o que poderia dar errado dá; tudo o que deveria dar certo dá errado.
Filho adoece; nosso corpo padece de cansaço - parece que se preparando pra ficar mais velho; tudo na casa inventa de dar defeito ao mesmo tempo; amigos cobram uma atenção que não damos conta de ter com todos; marido reclama de nossa impaciência.
Comemorar o aniversário vira uma questão de honra, tantas são as dificuldades.
Ainda bem que chega o "grande dia". Além de findar o inferno, receber cada um dos que se lembram e vem nos abraçar, trazer presentes e brindar conosco vale toda a ruindade dos dias que antecederam.
É amanhã! Tô que não me aguento. Meu lado criança renasce das cinzas a cada novo aniversário.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

PREGUIÇA

Todo mundo tem ou já teve ou terá. Eu vivo com.
Tem dias que a preguiça é de acordar, n'outro é de trabalhar, n'outro é de conversar - só não tenho preguiça de comer e beber, porque de resto tenho é demais. É meu pecado predileto.
Hoje, por exemplo, minha preguiça-mor é de ser mãe e dona da casa. Ter que pensar em tudo, da empregada que desapareceu sem dar satisfação até o almoço de amanhã dá vontade de sumir, virar pó, sair pra comprar cigarro - e nem fumar eu fumo mais - e entrar pra lista de desaparecidos, voltar daqui a 5 anos sem explicar nem por onde andei.
Dá preguiça até em quem tá lendo, aposto.
E preguiça de gente? Nusga, tem demais. De gente burra então... E daqueles metidos a besta?
Aí vem o coração de manteiga e a preguiça perde pro amor: fiotinha encantadora que liga cheia de "sodade", mãe amorosa que promete vir passar meu aniversário pertinho, amiga-irmã que já comprou a cachaça pra comemorar a vida comigo dia 31 na minha bat-cozinha, marido bacana que prepara lanchinho pra mulher morta de cansaço.
Ah! Com ou sem preguiça viver é muito bom, né não?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

MINHA PRIMEIRA VEZ

Minha primeira viagem de Van ficou pra história. Dei de acompanhar meu amado numa apresentação da peça em Ipatinga, abertura da Campanha de Popularização do Teatro de lá. Foi todo mundo numa van fretada - equipe técnica e elenco - e eu, como caí nas graças da produção, fui incluída na tal viagem.
Gente, pode todo mundo morrer de inveja, porque nenhuma viagem a Paris seria melhor que esta. Minhas bochechas deram cãimbra de tanto rir.
Um monte de homens e 3 mulheres - Ana Amélia, Bianca e eu.
Rolou tudo que foi assunto da saída daqui até a chegada aqui também, 30 horas depois da partida. Tudo o que aconteceu antes, durante e depois vai nos dar saudade por muito tempo, aposto.
Até um namorado baiano pra "Fuscão Preto" - apelido de um dos integrantes da comitiva - surgiu do nada, com direito a cortejo e tudo, quando paramos pra comer pão com linguiça.
Gente com quebranto também teve, né "Martins"? Deve ser melancolia, lembrança das "pinceladas" que levou quando era mais jovem. A cura? Nas mãos de Ana Amélia, que se comprometeu a incluir incenso e até jantar romântico no pacote de benzeção. Afinal de contas, segundo as convicções da benzedeira, reza, boquete e copo d'água não se pode negar a ninguém...
Bianca se desespera querendo fumar e pensa em sair voando da van - voando de rodo, já que com o tempo nublado a vassoura da bruxa é substituída por rodo...
Babalu - vulgo do moço bonito de olhos verdes, clone de Letícia Spiller - pede uma coçadinha nas costas de algum caridoso, carente que ficou sozinho no último banco. Se coçou sozinho, ninguém deu confiança...
Jefferson dá de contar que um amigo ficou seduzido pelo traseiro de outro e quis saber se o dono dava. Disse ele que achava que sim, desde que tivesse alguém pra segurar...
Música ambiente ao som de Amelinha, Joyce, Roberto Leal e tudo o que de mais barango existe. Vai ver foi o romantismo dele que conquistou o baiano na parada da linguiça.
Como tinha um bando de viciados no meio dos passageiros, um deles decidiu que o mais justo seria fumarem à vontade lá dentro, e quem não fosse fumante colocasse o nariz pra fora da janela. Ainda bem que Bira, o motorista gente boa, defendeu a equipe não viciada e impediu tal atitude cabeluda.
Felipe dá de contar o que aconteceu com ele na noite anterior. O companheiro de quarto falou: "Tem coisa melhor que uma boa cagada?", ao que ele respondeu: "Ó, ou eu não aprendi a cagar ou você nunca trepou..."
Bianca conta de suas experiências na loja de maquiagem - chique com força - em que trabalha; da mulherada pobre e sem noção que chega lá querendo montar um kit de 100,00 - isto num lugar em que o que custa menos é um baton de 92,00. Nem o baton só com a caixa de presente fica por cem pilas, quanto mais um kit. E aquelas que vêem um estojo de sombra e perguntam se é blush? Pois tem, e diz ela que dá vontade de responder: "é blush sim, sua baranga. A moda agora é ser avatar e pintar a cara de azul"...
Márcio, Fuscão e Ana trabalham no atendimento telefônico de informações sobre a Campanha de Popularização e contam as pérolas que são obrigados a ouvir:
* "Teatro adulto é só pra adulto?"
* "Em teatro infantil criança paga?"
* "Se criança de 2 anos não paga, posso deixar ela lá dentro e esperar cá fora?"
* "Que dia apagam as luzes de natal da Praça da Liberdade?"
* "Vocês vendem ingressos pro FIT?" - (sabendo que ligou pra Campanha...)
* "Quanto é o ingresso pro Cirque du Soleil?" - ( de novo, sabendo que ligou pra Campanha...)
Pra fechar com chave de ouro, quase chegando em BH, paramos num engarrafamento da estrada. Peninha olha pro lado e se emociona: "Cândida, você não vai acreditar! Uma moto de Itambacuri aqui do lado!". É demais, né não? Uma moto de nossa terra parar bem ali, do ladinho? Peninha tinha outro codinome quando vivia lá - Ludovico. Mudou quando veio pra capital. Alguma razão há de ter, eu penso, mas ele disfarça e não conta. Ainda descubro e conto procês.
O todo poderoso Rômulo foi e voltou de avião. Se ferrou. Comeu um pacotinho de amendoim e tomou refrigerante quente, enquanto nós comíamos pão com linguiça e tomávamos caldo de cana geladinho. Foi mudo e voltou calado, enquanto nossa viagem foi o que de mais alegre e falante poderia ser.
Enfim, ficou pra história.
Depois desta sou parte integrante fixa da equipe. Onquesfô eu vô.
A primeira vez a gente nunca esquece!