terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A falta que faz um T

Meu laptop aboliu o T. Quero escrever e me deparo com a impossibilidade por falta dessa tecla funcionar.
Escrever Teresa, técnica, televisão, traviata, trem, travesti, trapalhada, trapiche, trepada, trapacear, teoria, teologia, tartufo, tatuagem...nada disso dá. E tem cada palavra bacana que só!
Não poderia falar nem do DETRAN, que é o que vou contar hoje, no computador de meu marido.
Recebi uma correspondência pra renovar minha carteira de motorista, que vence daqui a um mês. Prevenida que sou, faço tudo o que é chato logo pra ficar livre. Fui.
Não podia ser através de despachante, uma vez que precisava trocar meu nome pro de casada. Tantos anos depois e só agora iria atualizar. Beleza.
Cheguei no DETRAN cedinho, pra evitar filas. Chuva que Deus dava e eu lá, esperando pra sair com tudo resolvido. Atualizaram meus dados, conferiram documento por documento, e vem a bomba: me mandaram pr'uma clínica na PQP de tão longe pra fazer de conta que ia fazer um exame. Fazer de conta eu digo porque é o exame mais furado que existe, em que não dá pra ninguém saber se você está ou não em condições físicas e psicológicas de conduzir qualquer veículo.
Argumentei com a moça do guichê, que me tratou mal pra caramba, que seria no mínimo razoável eu mesma escolher o local do exame, ou então eles me encaminharem pra que fosse mais perto.
Obs: tem uma na Timbiras e outra na Bernardo Guimarães, vizinhas ao detran.
Nada. Ela me ignorou, chamou outra senha e me deixou com cara de tonta falando sozinha.
Procurei o chefe do setor - ele me disse que era ordem do governador determinar a clínica na sorte, que a que caísse na digitação do nome do candidato à habilitação não poderia ser trocada.
Mais uma vez tentei explicar a dificuldade de atravessar a cidade debaixo daquele temporal pra fazer uma coisa tão simples, e que claro que seria possível facilitar a vida da gente, se tivessem vontade.
Não tiveram, nem a moça do guichê, nem o chefe dela, nem o supervisor do chefe, nem o delegado de plantão - conversei com todos e nada. Não adiantou minha conversa mansa, o jeito simpático - não tive o menor poder de convencimento. Ignoraram meus argumentos e me puseram pra correr com o rabinho entre as pernas.
Peguei um táxi furiosa, chorando de raiva, inconformada, indignada em me submeter à intransigência deles. Baixei na periferia da cidade enfrentando um trânsito caótico, paguei taxas caras no detran e na clínica, além de uma grana preta de táxi, tudo isto pra falar se tava enxergando 3 letras e 2 luzes. Em menos de 10 minutos eu tava com o protocolo pra receber a carteira revalidada.
Agora quem souber me diga - dá pra diminuir os acidentes nas cidades e nas estradas, quando o que os orgãos competentes pela legalização de documentos pra guiar se preocupam é em aumentar a "burrocracia", ao invés de ensinar e cobrar mais as normas d segurança?
Dá não.

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