segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O HOSPITAL E O ÔNIBUS

Passei 5 dias num hospital como acompanhante de meu filho Artur. O danado deu de tentar espremer um furúnculo que inflamou e partiu logo pr'uma septicemia. Quase tragédia.
Coisa esquisita é esse mundo nosso de hoje, viu? Lembro-me de quando era criança - e nem tanto tempo assim faz - que quando aparecia uma brotoeja a mãe logo providenciava um emplastro feito de farinha que botava o que tivesse de ruim pra fora. Não tinha esta história de antibiótico fortíssimo, outro remédio pro antibiótico não atacar o estômago, outro pra dor, outro pros enjôos do tal remédio forte...
Nada disso. Era o emplastro de um dia pro outro e pronto! Solucionado e eliminado o incômodo.
Pois é; meu menino ficou internado 5 dias por uma causa aparentemente simples que ficou complicada. Já tá quase bom, e o melhor, terminando o tratamento em casa.
Como nada é ruim de todo, nossos dias no hospital tiveram muitos divertimentos.
Deix'eu contar:
Na primeira noite tivemos que ficar no Pronto Atendimento, aguardando vagar um apartamento. Não sei direito, mas as pessoas estão adoecendo demais ou estão passeando nos hospitais.
Gente, parece mentira, mas antes de conseguir internar no Felício Rocho passamos por 4 (quatro, isto mesmo) hospitais - Life Center, Santo Ivo, Vila da Serra e Biocor - e em nenhum tinha uma vaguinha sequer. Vejam que são todos prédios enormes, com sei lá quantos leitos cada, mas nada. Na portaria nos despachavam de cara, sem nem desculpa. E meu menino piorando, apavorado, já imaginando o que conseguiria fazer de proezas no skate com um braço só, já que àquela altura tava tudo arrocheado até acima do cotovelo e a mão dormente.
No primeiro dia - amanhecemos com os olhos da noite anterior - abertos. Tinha uma mulher transplantada no leito ao lado que deu um piripaco e não parava de falar, não sei se revertério por causa do transplante ou se era doideira mesmo. Ela chamava: "Raimundo, ô Raimundo!" e ela mesma respondia: "Lé vô, Maria...". E assim foi até 4 da manhã, quando a chefe da enfermagem resolveu arranjar um socador de alho daqueles de ferro e moer uns comprimidos pra misturar na água e tentar fazê-la beber. Que nada! Cuspiu tudo e ainda pulou da cama.
A solução foi subir as grades da maca, amarrar a doidinha com faixa e dar logo uma injeção "sossega-leão", daquelas que derrubam até elefante.
Enfim, depois de mais de 24 horas conseguimos nos alojar com mais conforto.
Aí as visitas se animaram e deram um super apoio. Toda hora chegava um - às vezes de 3 juntos, e nem víamos a hora passar. Teve tudo quanto foi tipo de assunto naquele quarto, mas dois mereceram destaque.
Um deles de amiga muito querida, que é chamada por todos de Antônia Mimosa. Explico: Ela é de Pitangui, e na cidade natal tem um tal Antônio Mimoso que é o primeiro a chegar em todos os velórios e visitação a doentes. Ela ganhou o mesmo codinome graças à sua atenção e disponibilidade em confortar qualquer um que esteja numa situação pendenga. Adoeceu que seja lá 'tá ela, dando apoio moral. Nas alegrias também a bichinha não falta; comemora, ri, come, conta causos, alegra todo mundo. Eita amiga presente e bacana, viu?
Agora a vez do ônibus - A outra amiga, menina porrêta, deu de contar pra mim, Artur e Pedro sobre um presente que ganhou do namorado: um ÔNIBUS. Isto mesmo que vocês leram, e com um "pequeno" detalhe - era um ônibus personalizado, com o letreiro na lateral pintado mesmo pra ela. A entrada da chácara onde morava ficou pequena pr'um presente tão grande, mas ela bem que devia merecer, já que depois ainda chegou uma torradeira de café do tamanho de um quarto (daquelas de fazenda) e um caiaque.
Agora me digam - por favor, comentem: quem de vocês já ganhou um presente desses ou já viu alguém ganhar? Ela tem a prova, e me prometeu mandar a foto pr'eu publicar aqui.
Sabiamente meu filho alertou prum detalhe: o mais grave não foi ganhar, foi devolver com documento, torradeira, caiaque e tudo.
É de rir ou de chorar?
Minha mãe fala que doido atrai doido. Confesso que tenho certeza, depois desse caso, de que só posso ser doida de pedra pra ter amigas assim.
Tô certa?

7 comentários:

Anônimo disse...

Oi Can,

Que “cavalo de Tróia” hein amiga?

Só queria saber pelo menos “uma razão plausível para a escolha de presentes tão exóticos”...
Se vc souber, fica me devendo esta resposta,OK?

Bjs e melhora para o filhote.

Beth

Anônimo disse...

Candida querida, morro de saudade de você contando os causos. Como sempre acha alegria onde todos so encontram tristeza. Gostaria muito de ver a vida do jeito que você vê, iluminada sempre.
Um beijo grande
Lúcia

Laura disse...

tia do céu, q q esse menino foi arrumar?!?
vindo dele so podia ser uma coisa engracada ne
Gente, se eu ganhasse um onibus eu morava nele e ninguem ia me ver nunca mais, agora a pergunta: Pq q ela ganhou e pq q ela devolveu?
Vou dar essa sugestao pro bruno viu...Adoraria ganhar um onibus...rsrsrs
bjs e melhoras pra esse "santo"

Anônimo disse...

Muito linda a história da Noiva do Cordeiro.
Adorei as histórias, ainda não li todas, mas vou saboreá-las.
Vc tem um estilo meio interiorano e "cool", simpático demais.
Sou evangélica há muitos anos e confesso que tenho dificuldades de encarar certas posições de algumas igrejas, não dá para aguentar hipocrisias e jogos de poder.
A proposta de Jesus é o amor, tanto que ele veio para salvar, não para julgar.
Qt à birita... a Bíblia não condena, o primeiro milagre citado é justamente a transformação de água em vinho O problema são as mazelas que vem do abuso.
Cândida, continue a escrever esses causos , vc é ótima!!!
Bjs,
Marcia

Liliana disse...

CARACA!!! Bom, sobre o Artur já falamos. Já sei que o sufoco passou. Espero que ele já esteja bonzinho da silva. A história do ônibus é estranha. Eu nunca imaginei alguém ganhando um ônibus de presente. Se bem que hoje de manhã minha rua amanheceu cheia de polícia. Pra encurtar a história: a mocinha que mora na primeira casa, resolveu brigar com os pais e sabe onde ela veio dormir? Dentro de um gol na porta de MINHA casa. Se fosse um ônibus, talvez tivesse dormido melhor, né não? Agora cá entre nós. Que doido atrai doido, isto é fatal. Não vê como me senti atraída por você????? beijos meu amor

Adélia Carvalho disse...

Bom ter essas histórias boas que ajudam a passar as horas de aperto, não é? E bom esse negócio de presentear ônibus,para mim de teatro seria uma alegria..rrsr...
Melhoras boas ao seu filhinho! Deus abençõe.
Abraços. Adélia.

Anônimo disse...

oi amiga,
adorei as historias do blog, vcs me deram um susto foi com Artur, mas já passou ne, eu estou presa em Noiva por causa do curso, não quero faltar estou adorando.

o dia que vc for na roça leva Arthur, a gente quer ve-lo

beijo de quem te ama muito

Rosalee